segunda-feira, 16 de maio de 2011

Ponto final.

Como foi mesmo que me disseram? Que palavras mentem... palavras estão repletas de pensamento, que já foram dialogadas e que já foram semiotizadas, por assim dizer.
Que os sentimentos não. Estes são sinceros e não mentem: "é só deixar fluir.. vai! Fecha os olhos e sente!" Que as melhores conversas não são feitas de palavras...
Não. Não no meu mundo. Amo as letras. Amo as palavras. Sem elas não há acordo que valha.
E mais, amo as coisas serenas e estáveis. Não gosto da emoção da instabilidade.
Nada de mesmice, porque isto meu caro, não faz parte da minha rotina...nada de coisas iguais por muito tempo. Isso sim, mais do mesmo sabe?
Voltando... sentimentos e palavras, aí sim: dupla perfeita.
Palavras [obviamente] formam frases. Frases formam conversas. Que são sempre marcadas por pontos: exclamações, interrogações, vírgulas e pontos finais.
Nesta "longa conversa" que tivemos, muitas exclamações, e todas as vezes que me lembrar delas vou sorrir, com aquele sorriso que em muitas noites você admirou. Algumas interrogações, inerentes a este caminho... destas, algumas eu nunca tive resposta, outras palavras soltas responderam...me eram esclarecidas depois de um gesto - e te confesso, muitas vezes não foi a resposta que eu esperava.
Aaaah, as virgulas, destas eu me lembrarei para sempre: hiatos de desespero em que você sumia. E de repente, aparecia novamente: com a cara mais lavada. Rindo de toda a minha raiva reprimida. Elas foram importante. Foram a pausa para a minha loucura. Elas separam os momentos de felicidade extrema e de tristeza profunda. Separam as coisas que eu quero guardar das que eu me esforço para esquecer.
Por último, o ponto final. Tentei coloca-lo antes. No lugar de algumas vírgulas. Mas sabe né?  Cada um tem seu momento: não adianta colocar um ponto, quando na verdade o que se cabe é um ponto e virgula ou ainda, os famosos  três pontinhos.
Mas, esta hora derradeira chega. As vezes ela vem junto com um alivio: é aquela sensação boa de tirar os pesos do ombro. As vezes vem com uma dor profunda: depressão e vontade de não levantar mais da cama. E, as vezes, não vem com nada: simplesmente como um ponto final.
No nosso caso, para mim, é este último caso aí. Nada. Sinto que chegou a hora mesmo.

Essa conversa, independente da pontuação que colocamos, foi muito importante no meu livro.
Mas agora, virei a página.

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