terça-feira, 18 de outubro de 2011

Porque a gente se resolve na cama

Porque eu li isso há alguns dias, e achei o máximo.

Do site Casal Sem Vergonha por Frederico Mattos.

“Eu estava muito brava com o fato dele ter me deixado esperando horas e depois chegar com a cara de pau e uma desculpa idiota. Mas o maior inferno é que ele simplesmente conseguiu me dobrar com abraço por trás e uma mordida na minha orelha. Quando vi a gente já estava transando loucamente no chão da sala. Minha raiva tinha passado todinha.”

Ouvi essa história real essa semana no meu consultório. Uma mulher linda, bem sucedida e sempre com uma opinião na ponta da língua consegue se derreter para o seu namorado (que não a assume publicamente) mesmo depois de passar muita raiva.

“A gente resolve todos os nossos problemas na cama!“ Será?

Já acompanho essa moça há um tempo e esse relacionamento é recente. Já conversamos sobre muitos assuntos, dos mais dramáticos e sensuais aos mais inspirados sonhos de vida. Nunca a vi tão transtornada como agora. Seu relacionamento anterior terminou por ela considerar morno e sem vida. O namorado era legal, atencioso e “fofo” como ela dizia, mas “faltava uma emoção“. Notei que por trás de sua fala “nos resolvemos na cama” havia uma tristeza imperceptível para um olhar menos atento.

Ela não estava nada feliz.

Em certo momento lhe perguntei: se o sexo não tivesse rolado o que teria que ser resolvido? Ela desabou a chorar. “Tudo, ele parece uma ventania que aparece quando, onde e como quer. Me deixa insegura, me trata sempre como décima opção e no final das contas transamos tão gostoso que eu esqueço tudo até ele sumir de novo.”
Esse não é um problema exclusivo dela. Sexo é delicioso e quando rola um sentimento de intimidade, respeito e amor é um poderoso estimulante para a vida. No entanto, o sexo para muitos casais pode ser um escudo que obscurece conflitos de relacionamento que parecem sem solução.

Aquela mistura de sexo com raiva dispara mecanismos cerebrais extremamente vigorosos. A descarga de adrenalina, endorfina e serotonina no corpo chega a picos elevadíssimos. É como um efeito viciante. Segundo o neurocientista Martin Portner, no caso da mulher, na hora do orgasmo ocorre uma cessação de sentimentos que a deixa momentaneamente longe de julgamentos e raciocínios complexos.

Esse cenário é um belo convite a deixar os problemas debaixo do tapete.

Mas isso não acontece só em relacionamentos conturbados como esse. Os casais comuns sufocam seus conflitos usando o sexo como rolha de emoções difíceis. Um casal entediado e que já não sabe colocar a vida em movimento transa para obter uma recompensa que não preenche o problema real.

Os homens são educados a se desconectar dos seus sentimentos mais profundos. Desde cedo ouvem frases como “não chore“, “reaja“, “enfrente“, “não seja mole!”. Ele é naturalmente impelido a resolver seus dilemas descarregando sua energia pro meio da ação. Ações rápidas e com recompensa imediata. Os raros momentos em que ele procura afeto genuíno é na hora do sexo. Hora que ele irá fazer sua terapia diária ou semanal.

As mulheres já são mais conectadas ao sentimento. Precocemente é recomendado a ela: “vá conversar com seu amiguinho“, “seja uma boa menina“, “feche as pernas e se comporte” e “seja gentil com os outros“. O sexo, portanto, é apenas mais um canal de manifestação de suas emoções. Seus conflitos tem outra extensão e necessitam de várias condutas para serem diluídos.

Para o homem, portanto, é muito mais fácil ficar numa boa simplesmente fazendo sexo, sem nenhum questionamento sobre a qualidade de seu relacionamento. Para ele, se existe sexo o relacionamento é bom. Sem nenhum preconceito nisso, é simples assim. Ele não se dá conta das nuances emocionais que estão presentes nos gestos e falas de uma mulher. Mesmo os caras sensíveis ou ansiosos por agradar comem bola na leitura corporal e verbal de uma mulher.

Nessa história de resolver as coisas na cama, de fato, só resolve para o homem. A mulher continuará a ver navios. Gozando loucamente, mas vendo navios…

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

RawR!

Pra você, eu gostaria de escrever um texto bem bonito.
Daqueles que depois que se lê, pensamos: "Puxa, que texto lindo!".

Mas depois de quase umas quinze tentativas de escrever coisa bonitinhas, eu desisti.
Resolvi fazer algo mais simples: algo que só saísse do coração - sem passar pelo filtro da razão.

Eu me lembro muito bem o momento em que te vi pela primeira vez. Eu tentava conversar algo com uma amiga, mas na hora em que meus olhos cruzaram com os seus eu comecei a gaguejar. Gaguejei sim. Tudo o que eu estava falando não fazia mais sentido. Eu não queria mais ir para onde tentava. Queria ficar ali, na sua frente.

Não sabia muito bem de onde você vinha nem mesmo para onde ia. Só que eu sabia era que estava encantada: acho que algo em seu sorriso, quem sabe no olhar ou talvez fossem as mãos no bolso... Não sei muito bem.... mas funcionou direitinho.

E eu, que estava decidida, firme em minhas opiniões e pensamentos fui pega de surpresa: totalmente desprevenida. Como naqueles dias em que olhamos pela janela, esperamos um frio polar - tiramos os casacos do armário e desenterramos meias grossas da gaveta. Mas de repente, um sol aparece: passarinhos voam felizes, borboletas borboletando por todas as flores, o céu sorri e as nuvens têm sorrisos, como em desenhos de crianças.

Essa mania de me contrariar em tudo, de sempre colocar um " é, pode até ser.... MAS", essa mania de ser teimoso. E de me fazer raivinhas só para roubar um beijo, e de se empolgar com tudo o que me mostra: de livros, pedais de guitarra até suas milhares de fotos e de me matar de rir com as piadas mais bobas.

O jeitinho como você pega no sono quando esta cansado e quando pede só mais cinco minutinho de manhã. A maneira que me explica as coisas que ainda não sei: tão sério [*.*]. E o modo que ri quando eu falo sério. E até o seu mau-humor de fome. Caixinha durante filmes lindos, ou não tão lindos assim. Por do sol na chuva, comidinhas gostosas, chocolates e pizza com ketchup...

Não tem mais jeito: sua macumba me amarrou! E quer saber? Continua fazendo essa mandinga ai... To encantada, amarrada e feliz!

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Dos desocupados e afins.


O problema das pessoas, em geral, é não ter o que fazer: ai começam a se ocupar com a vida, com as escolhas, com o modo de se vestir, de se comportar e de pensar dos outros.
Seria muito mais sociavél, muito mais humano e compreensivel se cada um passasse a se preocupar com a sua própria vida e problemas,
- Ah, eu não gosto da minha vida!
Que pena. Compra um cachorrinho, um gatinho, um peixinho ou coelhinho e passa a cuidar da vida dele: onde ele vai, o que ele come, que horas faz as necessidades dele! Tenho certeza que ele não irá se importar! 
- Ah, eu não gosto de animais!
Que pena. Compra uma boneca. Leva ela pra passear, compra roupinha nova, compra brinquedinhos, da banho. Tenhoc certeza que será uma boneca feliz.
- Ah, eu não gosto de bonecas!
Que pena. Então vai estudar! Os livros fazem bem: ampliam o conhecimento, te levam a lugares que você nunca imaginaria ir, te ampliam a visão de mundo.
-Ah, eu não gosto de estudar!
Que pena. Então vai ajudar alguem: um asilo, uma creche, uma ong de animais, uma ong de reflorestamento. Vai ajudar um hospital de crianças com cancêr, vai ajudar uma instituição que recolha idosos abandonados, vai ajudar alguem.
- Ah, mas eu sou egoísta. Meu mundo gira em torno de mim e quem eu amo e odeio.

(...)

Então, minha vez: Que pena. Então vai pra puta que te pariu, porra!
Eu não tenho tempo para olhar nem para minha vida, quanto mais para a dos outros.

Se eu te incomodo, se o que eu faço, se a maneira que eu falo, se a maneira que eu me visto, se como eu fui criada, se eu sou pobre ou se sou rica, se o desenho que eu assisti é uma merda.... problema meu. Cuida da tua vida, que eu cuido da minha.

Porque o essencial para quem quer criticar é saber receber criticas.