domingo, 12 de junho de 2011

Dia dos Namorados

É de conhecimento público, que agora, todas as Reginas deste blog estão solteiras. Então, uma comemoração ao dia dos namorados não faria muito sentido. 
E é de conhecimento público, também, que isso não é um problema para nós. Aliás, acho que com propriedade, posso dizer que isso é opção de cada uma de nós, pelo menos, neste momento.
Estava eu, ontem, na procura de alguns textos para a elaboração do meu projeto monográfico, cujo tema envolve feminismo na américa do sul, eencontrei um texto, de uma moça chamada Carolina Vianna, e o achei muito propicio para o momento.


A Hermafrodita


Cuidado para não se transformar em uma hermafrodita! A frase repetiu-se durante a semana inteira na minha cabeça. Foi caso até de procurar no dicionário algum significado oculto que eu ignorasse. Não encontrei.

Repassei, mentalmente, minhas atitudes em relação ao outro, aos mocinhos. A proximidade do dia dos namorados trouxe-me, novamente, a questão da solidão. E não adianta, apesar de não compartilhar minha vida com alguém, não me sinto só. Começo a pensar que – para mim – solidão é estado de espírito.

As lembranças me mostram que em épocas anteriores já fui só e estava acompanhada. Então, noto que havia total despreparo para o relacionamento. É frase feita, daquelas que podem ser lidas em porta de banheiro ou pára-choques de caminhão, mas é verdade. A pior solidão é a dois.

Parece-me que, a cada dia, exigimos mais de nós mesmos e do outro. Acreditamos nos relacionamentos como entidade externa que existe apesar de nós e esperamos que traga solução para nossas questões individuais. Somamos problemas e frustrações confiando que o resultado final será a felicidade. Isso é, no mínimo, insensato.

Aprendi, nesses últimos anos, que compartilhar inicia-se numa ação egoísta. Precisamos, antes, ter o que compartilhar. Precisamos, antes, tornarmo-nos completos. Precisamos de momentos onde o silêncio predomina para aprender a suportar nossos pensamentos. E, assim, partir para algo mais complexo sem desespero.

Não adianta acrescentar mais uma pessoa em nossas vidas e repetir o comportamento das comédias românticas que assistimos no cinema. Isso não dá cabo da insatisfação, não supre a carência, não amaina as angústias. Não de forma definitiva. Esse comportamento, por fim, piora o quadro inicial de ausência de laços afetivos.

Então, hoje, vejo-me pronta para um relacionamento. Aliás, encontro-me vivenciando um relacionamento. O melhor que tive em todos os tempos. Sim, estou namorando. Tenho me namorado. Saio para jantar, viajo, satisfaço meus caprichos. Dedico a mim toda atenção necessária para cultivar um namoro saudável.

É, finalmente, estou pronta. E aí me deparo com outras questões. Falta-me vontade de incluir alguém na minha vida que, afinal, funciona tão bem assim. E mais. Onde encontrar alguém que se sinta bem o suficiente sozinho e queira compartilhar esse bem-estar?

O texto está disponível no site Mulheres no Poder.

E, mesmo solteira, desejo a todos, um ótimo dia dos namorados - com a pessoa mais importante para você: você mesmo! 

2 comentários:

  1. Shooow! =D vamos celebrar (assim que possível =P kkkkk)

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  2. Tanta gente precisa ler e absorver essa auto-estima do texto....

    As mulheres não percebem o quão poderosas podem ser, não é msmo?

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