sexta-feira, 29 de julho de 2011

É impossível esquecer.

Este texto foi escrito no sábado passado, dia 23 de junho... não consgui terminá-lo no mesmo dia.. então, vai agora =D

Acabo de chegar de um show, que com certeza, marcou minha vida.
Nunca fui fã de nada.... quando criança gostei muito de chiquititas, mas ser fã, daquelas que não perder uma novidade, daquelas que viajam quilometros pra ver o ídolo, nunca fui.
Admiro muitas pessoas: Gandhi, Hanna Arendt, Jesus Cristo, M.L. King, Mandela, meus pais, minhas avós....
Mas fã, nunca fui. Até hoje.

Me desculpe JQuest, me desculpe Sideral. Me desculpe o resto da banda - claro, eu sei que vocês todos foram essenciais para a "festa da música brasileira" que aconteceu naquele palco.
Hoje, eu me tornei fã, de verdade, de um homem, de um pai, de um músico, de um cantor: Bruno Gouveia.

Não sei se este será apenas mais um depoimento de alguma fã meio louca, alguma fã meio alucinada por seu ídolo - meu primeiro ídolo - mas o que eu vi, senti, cantei, presenciei e participei hoje, me deixou inspirada para escrever algumas coisas....

Tenho apenas 22 anos, então como é de se imaginar, nunca perdi nada - minhas avós já se foram, é o curso natural da vida...alguns amigos desistiram no caminho: quem disse que a vida é fácil?
Mas perder alguém por quem meu coração batesse, alguém por quem o ar entrasse em meus pulmões, ainda não.

E hoje, eu vou dormir abraçada com minha mãe. Por quê?

Não conseguiria imaginar a dor dela se, de repente, eu  não estivesse mais no meu quarto no domingo de manhã. Tampouco consigo imagina-la animando as pessoas ao seu redor, tentando reconfortar quem buscasse pena em seu olhar.

Moro em João Pessoa há dez anos. Desde então, sempre fui aos shows do Biquini Cavadão. Não perdi um!
Então, acho que posso dizer que este foi o mais emocionante!
Vi um Bruno um pouco abatido... até pensei, no começo, que seria um show mecânico - sem novidades, sem muita conversa ( o  que seria perfeitamente compreensível). Vi um Bruno um pouco frágil, um pouco cansado.
Mas também vi um Bruno humano - nada daqueles pop-stars metidos, corações de gelo, que, literalmente entram, cantam e saem do palco. Vi um Bruno que se empolga com um fã cantando. Vi um Bruno que se empolga com uma multidão pulando. Vi um Bruno se emocionando - e me fazendo chorar, também - ao falar de seu filho. Vi um homem, se abrir, diante de uma multidão de fãs, expor sua dor, seu momento mais difícil. E ainda sim, vi um homem buscando forças pra continuar.

Achei muito nobre, digna de um rei, a atitude de hoje: um fã subir no palco - quase barrado pelos seguranças - um cantor se jogar na multidão, amigos reunidos no palco, fazendo uma verdadeira festa.

Deve ser por isso que, agora, eu sou uma fã: vi um ser humano, que eu seu momento mais delicado, mais intimo, teve a capacidade de olhar para seu público, falar da sua dor, falar do seu sentimento... teve a capacidade de se mostrar, sem pensar em o que iriam pensar de ti.

Eu gostaria de poder dar um abraço bem apertado. De poder olhar nos olhos e dizer: 'Cara, tu é foda.
Não só pelo seu trabalho, mas por tudo o que você demonstrou ser hoje: um homem capaz de caminhar lentamente sobre seus sentimentos, sobre sua dor, sobre sua perda e transformar todos esses sentimentos em música, em festa, em alegria.Tenho certeza que onde estiver, seu filho têm muito orgulho de você.'

Um comentário:

  1. porque só quem estava lá viu tanta energia e tanta emoção... realmente inesquecível

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